Deficiente preso em Casa

Deficientes motores 'presos' em casa por falta de centros de reabilitação

Sem acesso a serviços de reabilitação de qualidade que lhes permita recuperar uma vida normal, muitos deficientes motores vivem 'presos' em casa, dependentes de familiares.

O alerta parte do presidente da Associação Portuguesa de Deficientes, Humberto Santos, que fala numa 'muito reduzida taxa de cobertura de serviços de reabilitação'.
Em Portugal existem apenas três Centros de Medicina de Reabilitação: no Porto, em Alcoitão e na Tocha. 'Teoricamente, quando saem do centro os doentes não precisam de fazer mais tratamento. Mas são muitos os que precisam de continuar a fazer reabilitação e por isso vão para ambulatório para manter o seu potencial', explicou Jorge Lins, responsável clínico do Centro de Reabilitação Rovisco Pais, situado na Tocha. Jorge Lins diz que 'a rede de cuidados ambulatórios já não é muito má', mas acredita que existam zonas do país onde a cobertura ainda é 'deficiente'.
Já Humberto Santos afirma, com base nas queixas que chegam à associação, que 'a cobertura dos serviços de reabilitação de qualidade é manifestamente insuficiente'.
'Muitas zonas estão a descoberto. Ainda no outro dia houve uma pessoa que me disse que desde que saiu de Alcoitão nunca mais fez fisioterapia', recorda Humberto Santos.
O especialista do Centro de Reabilitação da Tocha explica que todos os que precisam e não têm acesso aos tratamentos 'são prejudicados', ou seja, 'além de não potenciarem as suas capacidades ainda aumentam as suas incapacidades'.
'Estas situações colocam as pessoas na dependência de terceiros quando poderiam ser muito mais autónomas e ter uma vida muitas vezes normal', corrobora Humberto Santos, lembrando que há quem acabe por 'ficar retido a uma cama, uma casa ou confinado a uma cadeira de rodas'.
Tiago Sousa sofreu um acidente em 2005 que lhe provocou uma lesão medular. Internado durante meio ano em Alcoitão, o atleta de alta competição estranhou 'ver tantas cadeiras de rodas' quando esteve no centro de reabilitação.' Lembro-me de ficar surpreendido com a quantidade de pessoas que existem nesta situação e que eu nunca tinha visto nem imaginava que existiam, porque não andam na rua', recorda o jovem de 24 anos, que não tem dúvidas de que a falta de apoios e os obstáculos físicos que ainda existem no país 'deixam muita gente presa a uma cama'.
Depois do internamento, Tiago optou por ter consultas privadas de fisioterapia, porque 'no serviço de saúde pública o objectivo era apenas para manter e no privado era para melhorar', explicou Paula Pimenta, a mãe do jovem.
Hoje, Tiago, a quem começou por ser diagnosticado uma tetraplegia, já começa a dar os primeiros passos com a ajuda de muletas.
Mas Humberto Santos diz que nem todos os centros de recuperação têm a qualidade necessária. 'Não se reabilita ninguém com meia hora de tratamento por dia, muitas vezes apenas uma ou duas vezes por semana. É preciso haver um trabalho diário no ginásio sem limitação de horas'.
Contactado pela Lusa, o Ministério da Saúde remeteu para mais tarde um eventual comentário.


Comentários

  1. peço uma cadeira de rodas,sua cadeira esta com defeito.Edgar Alexandre precisa tamben de cesta basica, fraldas.seu endereço rua joaquim de paula 988 bairro alipio de melo,proximo a rua mario de melo. quem puder ajudar este irmao.

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